Pesquisadores(as) do Laboratório de Pesca Sustentável do Departamento de Pesca e Aquicultura (DEPAq/UFRPE) desenvolveram uma armadilha para captura do peixe-leão, considerado espécie invasora. Com aparato baseada no modelo utilizado no Caribe, a pesquisa será realizada em Fernando de Noronha a partir deste mês de setembro.
Nativo da Ásia, o peixe apareceu no Caribe desde 1980 e causa estragos ao meio ambiente, por não ter predador natural e possuir espinhos com toxinas que provocam risco à saúde.
As ações serão desenvolvidas em cooperação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que solicitou a pesquisa e financiou as armadilhas. O material já foi transportado para Fernando de Noronha para início das operações.
Quem coordena a pesquisa é o professor da UFRPE Vanildo Souza de Oliveira, atual coordenador do Lapesu e diretor do Depaq. De acordo com o docente, após solicitação do ICMBio, os(as) pesquisadores (as) desenvolveram a armadilha a partir dos modelos existentes no Caribe, com materiais e tecnologias simples para serem operadas pelos pescadores. “O peixe-leão é territorialista e, por isso, necessita de um abrigo, recifes ou rochas. Essa armadilha tem uma estrutura, no centro, que simula um abrigo, feita com material biodegradável”, ressalta.
A partir das instalação da estrutura, espera-se que o peixe-leão faça a aproximação, que pode levar de 20 a 30 dias, e, quando estabelecido, um cabo fixado em cima da armadilha é puxado, deixando o peixe preso.
A ideia inicial é que a pesquisa ajude a controlar a população da espécie invasora no parque nacional de Fernando de Noronha, onde, desde 2020, há ocorrência da presença do peixe-leão. O animal também já foi registrado em outras regiões pernambucanas, como as praias de Itamaracá e São José da Coroa Grande.
O Laboratório de Pesca Sustentável (Lapesu/UFRPE) tem o objetivo de desenvolver soluções sustentáveis para a pesca. Já foram realizados projetos de desenvolvimento de dispositivos de exclusão de fauna acompanhante e tartarugas marinhas em redes de arrasto, financiados pela FAO, assim como o projeto de desenvolvimento do primeiro dispositivo anti-pesca fantasma em covos de lagostas, também financiado pelo órgão.