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Pesquisadores da UFRPE e universidades do Ceará descobrem nova espécie de rã

Uma nova espécie de rã ou perereca, como é popularmente conhecida no território, foi recentemente descrita para a Mata Atlântica de Pernambuco, tendo como localidade-tipo o Parque Estadual de Dois Irmãos, no Recife. Além disso, foram registradas populações em duas outras áreas de mata próximas ao CIMNC (Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti.) e à Mata da Pitanga, em Paudalho, ambas inseridas na Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia–Beberibe, uma importante Unidade de Conservação Estadual, criada inicialmente para proteger a nossa água subterrânea.

A descoberta foi feita inicialmente por uma pesquisadora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e sua equipe, a mesma coordena o laboratório Interdisciplinar de Anfíbios e Répteis. A pesquisa teve apoio do Programa de Pesquisa em Biodiversidade, Mata Atlântica (PPBio-MA). Em um contexto político difícil, quando o governo federal de então atacava a ciência, a educação e o legado do educador Paulo Freire, os pesquisadores decidiram homenagear o grande patrono da educação brasileira, batizando a nova espécie com seu nome, um gesto simbólico de resistência, reconhecimento e esperança.

O estudo foi publicado na revista Amphibia-Reptilia, na edição de outubro/2025. O nome da espécie é Ololygon paulofreirei. Além da UFRPE, participam da descoberta pesquisadores(as) das Universidades Estadual do Ceará e Federal do Ceará.

Esse novo registro reforça a importância da manutenção das florestas remanescentes e os estudos apontam para a necessidade de criação de uma área de proteção integral maior, que garanta a sobrevivência dessa e de outras espécies ameaçadas deste território.
Um ponto de grande preocupação é que essas localidades estão situadas nas proximidades de dois grandes empreendimentos apoiados pelo Governo do Estado e pelo Exército Brasileiro: a Escola de Sargentos e o Arco Metropolitano do Recife, obras que preveem a supressão de aproximadamente 100 hectares de mata nativa.

Inicialmente, o projeto previa o desmatamento de cerca de 200 hectares, mas, após mobilização e pressão popular, esse impacto foi parcialmente reduzido. Ainda assim, o projeto não foi relocado, permanecendo altamente danoso para os ecossistemas local, o que representa uma das principais frentes de luta socioambiental da região.

A nova espécie registrada parece ser bastante rara, com população pequena e restrita, o que reforça a urgência de novos estudos, monitoramento e ações de conservação. Nosso objetivo com esse achado é sensibilizar as autoridades públicas e a sociedade para a manutenção e preservação integral dessas áreas, com destaque para a Mata da Pitanga, onde a população da espécie parece ser mais viável e estável.

Esse achado alerta a sociedade e o poder público sobre a urgência de investir em ciência e manter nossas florestas em pé.

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